Imunomodulação auxilia na redução de infecções
As betaglucanas caracterizam-se por serem polissacarídeos que fazem parte da parede celular de determinados vírus e bactérias, além de também estarem presentes em cereais como aveia e cevada.
Além das propriedades imunoestimulantes contra vírus, bactérias e fungos, as betaglucanas têm a capacidade de ativar macrófagos e neutrófilos, estimulando sua atividade fagocítica e citotóxica, bem como de promover aumento da atividade antitumoral reconhecida por meio de receptores específicos. Outros benefícios que a literatura associa às betaglucanas se relacionam ao seu potencial anticarcinogênico, hipocolesterolêmico e de regulador da glicemia sanguínea.
Apesar dos benefícios citados, nem todas as betaglucanas são capazes de exercer efeito imunomodulador. Os polissacarídeos presentes na celulose, por exemplo, não possuem essa função protetora, enquanto que aquelas que constituem a parede celular de fungos e leveduras, devido a uma diferente conformação bioquímica, são reconhecidas exatamente por terem essa função. Consequentemente, uma das fontes mais importantes de betaglucanas é a levedura Saccharomyces cerevisiae, micro-organismo amplamente utilizado pela indústria em processos de produção e fermentação de alimentos.
Na atividade física, por exemplo, trabalhos relatam melhora na imunossupressão de atletas submetidos a treinamentos intensos. Sabe-se que exercícios exaustivos, geralmente, estão associados à diminuição na concentração de neutrófilos; nesse sentido, atletas que, comumente, treinam sob grande exigência física, podem tornar-se imunossuprimidos devido à ação de hormônios como cortisol e epinefrina, aumentando, assim, sua suscetibilidade a infecções, sobretudo, do trato respiratório superior. Em revisão de Ribeiro et al. (2012), os autores avaliaram os efeitos fisiológicos da betaglucana perante alterações imunes provocadas pelo exercício em ratos. Os resultados mostraram que o polissacarídeo melhorou o equilíbrio imune dos animais submetidos a esforços intensos.
Em humanos, testes clínicos apontaram para a ingestão de betaglucanas de leveduras na modulação do sistema imune. Stier et al. (2014), em estudo de revisão, observaram, em diversas pesquisas, que seu consumo foi capaz de reduzir a incidência de resfriados em indivíduos saudáveis e melhorar sintomas característicos da infecção do trato respiratório superior em atletas e pessoas submetidas à grande carga de estresse.
Dessa forma, a suplementação com betaglucana parece exercer efeitos positivos na prevenção de doenças associadas ao sistema imune, sobretudo, quando a imunossupressão se manifesta em quadros de esforço físico intenso e estresse.